Nada dói mais do que o não saber. Não saber como seria o próximo título, o próximo ídolo; não saber como vai ser o próximo gol, a próxima avalanche. Não saber como seria a reação dos seus filhos; não saber como seriam as próximas histórias a contar. Não existe pior dor que a dor do nunca mais.
Juntamente com gremistas de vários lugares do estado e do país, domingo passado foi a última vez que pisei no estádio Olímpico Monumental. Mais que uma partida de futebol, o jogo contra o São Paulo foi uma grande despedida.
Na impossibilidade de me guiar pela razão, o coração ficou dividido entre a boa atuação do time em busca da vice-liderança e o espetáculo de um estádio lotado. E o tom de velório chegou com o gol do São Paulo. Aos 44’ do primeiro tempo, com Rogério Ceni de pênalti. Era inconcebível sair de lá sem uma vitória. Sem um último gol.
E se onde tem Grêmio, tem superação, o segundo tempo se encarregou da virada. André Lima empatou aos 16’ e Marcelo Moreno virou quase no final, aos 40’. Uma explosão de alegria no estádio Olímpico. Uma sensação para se guardar o resto da vida.
Com o apito final, não deu pra segurar o choro. Perto de mim, muitos também não seguraram. Era a última vez, não dava pra voltar atrás. E como sair de lá? Restava guardar na memória todos os momentos, todos os cantos da Geral e sair. Deixando para traz não só um amontoado de concreto, mas uma parte de mim, da minha vida como gremista. Uma parte que vai deixar de existir dentro de pouco tempo. E que a dor do não poder mais viver seja, um dia, a alegria de poder ter vivido.
Por Alessandra Formagini
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