sábado, 14 de maio de 2011

Tricontando – O desafio de 1909

Hoje, estreia o quadro Tricontando. Se muitos fatos da história do nosso querido Grêmio passam em branco, nós estamos aqui para contarmos a você. Aproveitando o clima de domingo, o primeiro texto não poderia ter um assunto diferente a este. Confira:

Feitas as apresentações, o capitão Ortiz tomou a iniciativa. Tendo o cuidado de ressaltar o handicap do Grêmio – “um clube mais antigo, de mais prestígio e grande conceito” -, disse que o Internacional o convidava para ser seu primeiro adversário “a fim de divulgar o esporte bretão”. Koch aceitou o repto:
-Nosso segundo quadro está a disposição.
Lemos quase pulou da cadeira. Agradeceu a oferta do presidente do Grêmio, mas rejeitou-a. Exigia o primeiro time. [...] O Grêmio colocaria em campo o seu primeiro time, mas só em 18 de julho, pois a agenda do clube estava lotada para os demais fins de semana.

Trecho extraído do livro A história dos Grenais,
de David Coimbra, Nico Noronha e Mário Marcos de Souza.


Mais de cem anos separam aquele maio do qual hoje vivemos. Naquele, a promessa do começo de uma das maiores, se não a maior, rivalidades do futebol brasileiro. Neste, a promessa do próximo Grenal.
Após o desafio, o que ficou na história foram aqueles dez gols feitos pelos gremistas Booth, Grünewald e Moreira em cima do Internacional, naquele marcante 18 de julho de 1909. Ali, na Baixada dos Moinhos de Vento, nascia o clássico Grenal.
Depois daquele jogo, vieram inúmeros jogos; outros jogadores, outros torcedores, outros placares. O tempo mudou, mas o que permaneceu, e se fortificou com o passar dos anos foi a rivalidade entre o azul e o vermelho.
Passou o tempo, a Baixada deu lugar ao Olímpico, o Eucaliptos deu lugar ao Beira-Rio. E se os clubes alcançaram o mundo em seus percursos, o que não é esquecido, é o eterno jogo com seu arquirrival. A verdade é que, não existe clímax maior para um dos clubes do que o de vencer um clássico. Hamburgo e Barcelona que me desculpem, mas Grêmio e Inter são muito mais emocionantes.
Desde o primeiro desafio até hoje, 386 clássicos separam ambas as datas. Se hoje, os desafiantes não são mais Ortiz e Koch e o estádio já não é mais o da baixada, o mesmo desafio segue firme para o Grenal do próximo domingo.
Amanhã, no Olímpico, Renato e Falcão comandarão mais um embate entre o azul e o vermelho, pela taça de campeão gaúcho. O desafio está lançado, mais uma vez.

Por Alessandra Formagini

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